Segunda, 07 de agosto de 2017

100 números de solidão (e gratidão)

É o que a nossa Revista Ecológico comemora nesta sua centésima edição, fruto de uma teimosia editorial que começou lá atrás, na Rio/92

Hiram Firmino - redacao@souecologico.com



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A Ecológico reafirma em sua centésima edição: somente pelo amor à natureza e com desenvolvimento sustentável será possível sobrevivermos com o Planeta

A Ecológico reafirma em sua centésima edição: somente pelo amor à natureza e com desenvolvimento sustentável será possível sobrevivermos com o Planeta

Foi quando a humanidade, os nossos governantes e todos nós parecíamos ter aprendido a nova lição do “temos de pensar globalmente e agir localmente”. Foram, a partir daí, e sempre nos dias de lua cheia, nove anos de circulação como o suplemento Estado Ecológico, do jornal Estado de Minas.  Depois, mais nove anos como a Revista JB Ecológico, no Jornal do Brasil. E agora, quase outros nove anos, em carreira solo, via impressa e digital, como Revista Ecológico, atingindo a sua centésima edição comemorativa.

Por que solidão?

Porque somos, no mar de tantos naufrágios, uma das poucas publicações sobreviventes hoje na grande mídia brasileira a abordar a questão ambiental que nos ameaça, a partir da ótica da sustentabilidade que ainda pode nos salvar.

Porque ainda acreditamos que, por meio do amor e da democratização da informação ecológica, um novo leitor e também cidadão mais consciente do estado do mundo surgirá a cada edição nossa sobre o planeta já com tantos refugiados ambientais. E não somente pelo desamor à natureza - a sina pedagógica que a humanidade precisa reverter para evoluir como homo sapiens.

A luta continua desigual no mundo recente da publicidade, das agências e seus grandes clientes que, mesmo cada dia mais sem água e árvores à sua volta, não são parceiros da causa planetária que defendemos em seus nomes também. E sem esta consciência de estarmos todos no mesmo barco da sobrevivência, não nos programam.

Ainda acreditamos no beija-flor tentando apagar o incêndio, no Davi bíblico vencendo o Golias Trump. No enfrentamento de Temer que, mesmo tendo nascido no município de Tietê, que hoje dá nome à podridão hídrica que faz feder São Paulo, a quinta maior cidade do planeta, não usa a caneta de presidente que tem em suas mãos para salvar o Rio Pinheiros junto. Mas, sim, em mentir e tentar ludibriar a nossa Gisele Bündchen quanto ao desmatamento caixa mil que seu governo prossegue fazendo na Amazônia (sobre o que também falaram o colega Marcelo Tas e o ator Enrique Díaz no vídeo disponível no link goo.gl/yv5m9m).

Bobagem dele. Como nos ensinou o cientista Carlos Nobre, a natureza, seja ela amazônica ou franciscana, não reclama nem tem pressa. Mas não se esquece de uma só árvore que tinha e lhe arrancaram. E reage, matemática e infalível, a seu modo, vide as mudanças climáticas.

 

Nem tudo, ENFIM, está perdido

É o que revivemos nesta centésima edição comemorativa da sua Revista Ecológico, sobre o valor cultural e como patrimônio histórico que o Estado do Tocantins, por exemplo, dá ao seu capim-dourado, que tem no desmatamento a principal ameaça à sua conservação e manejo sustentáveis.

É o que vocês, caros leitores, anunciantes e parceiros, vão conferir. Seja com o sociólogo e cientista político Sérgio Abranches, nas nossas “Páginas Verdes”, abordando a era do imprevisto que estamos vivendo. Seja com as últimas estatísticas que ainda conferem ao Brasil a liderança no ranking dos países que mais assassinam os seus defensores do meio ambiente.

 

A luta continua desigual no mundo recente da publicidade, das agências e seus grandes clientes que, mesmo cada dia mais sem água e árvores à sua volta, não são parceiros da causa planetária que defendemos em seus nomes 

 

Nem tudo continua perdido, até mesmo na Serra do Curral, símbolo natural e maior da capital dos mineiros, ambiguamente dilacerada e preservada pela mineração. Na mão dupla da esperança também trazemos uma reportagem sobre o Líbano que, mesmo em guerra eterna, ainda preserva as suas florestas de “Cedros de Deus”, tal como o sábio Salomão plantou três mil anos atrás.

Por último, ainda temos o recado de felicidade da escritora gaúcha Martha Medeiros. Ela nos ensina que o maior sucesso que cada um de nós pode almejar hoje no nosso país, que tem nome de árvore, “é chegar em casa com vida”.

Isso justifica a nossa teimosia lunar. Discutir, entender e informar. Jogar luz onde é só escuridão.

Boa lua cheia e boa leitura! Que venham outros 100 números ecológicos, na sua companhia!

Muito obrigado. 

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