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Segunda, 07 de agosto de 2017

Novo atrativo natural

Criação do Parque Nacional dos Campos Ferruginosos, no Pará, coloca mais de 80 mil hectares sob proteção integral

redacao@revistaecologico.com.br



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Vista area dos campos ferruginosos da Serra da Bocaina: novo parque integrar um mosaico de mais de 1,2 milho de hectares de Floresta Amaznica. Foto: Fernando Santos

Vista area dos campos ferruginosos da Serra da Bocaina: novo parque integrar um mosaico de mais de 1,2 milho de hectares de Floresta Amaznica. Foto: Fernando Santos

O Pará é um dos nove estados brasileiros que guardam a Amazônia, a maior floresta tropical do mundo. E agora tem um novo atrativo natural para também chamar de seu: o Parque Nacional dos Campos Ferruginosos, uma área de aproximadamente 80 mil hectares composta por lagoas, fauna e flora típicas, presentes somente em formações ferríferas (onde há presença de minério de ferro).

O parque tem grande importância para a espeleologia, com 377 cavernas em formação ferrífera; além de registros arqueológicos das primeiras ocupações humanas na Amazônia.

A proposta de criação do parque foi desenvolvida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em conjunto com a Vale, líder mundial na produção de minério de ferro. E atende a uma das condicionantes da licença ambiental concedida pelo IBAMA para operação do mais novo empreendimento minerário da empresa: o Complexo S11D Eliezer Batista, em Canaã dos Carajás, sudeste do Pará.

Com a criação do parque, a área passa a ser protegida de forma integral, onde não há a exploração de recursos naturais. Isso significa que somente atividades de educação ambiental, de lazer junto à natureza, pesquisa científica e turismo ecológico serão realizadas no local, sob a coordenação do ICMBio.

 

Remanescentes florestais

Os campos ferruginosos vão se integrar a uma área de mais de 1,2 milhão de hectares de Floresta Amazônica no Pará, cuja proteção a Vale apoia desde 1985. Historicamente, o sudeste do estado é uma área de paisagem bastante modificada por atividades como a agropecuária. E, portanto, há poucos remanescentes florestais. 

Imagens de satélite comprovam que praticamente todas as áreas de Floresta Amazônica ainda preservadas na região estão localizadas em um conjunto de unidades de conservação de Carajás, mantido pelo ICMBio com o apoio da Vale.  

“A criação do parque é resultado de um diálogo maduro, pautado em bases científicas que buscam o equilíbrio entre desenvolvimento e preservação. A Vale se orgulha de manter seu compromisso com o desenvolvimento sustentável nas regiões”, frisa a gerente-executiva de Meio Ambiente Gleuza Jesué.

 

Maravilha biodiversa

As serras da Bocaina e do Tarzan têm em seu topo rochas ferríferas expostas há milhares de anos, formando uma densa carapaça. Esse tipo de ecossistema é conhecido como vegetação sobre canga ou campo rupestre ferruginoso e, localmente, como savana metalófila. Há espécies de flora e fauna raras, ameaçadas e endêmicas, além de ecossistemas aquáticos. Diferentemente de floresta, essas áreas têm solos rasos, o que impede o desenvolvimento de espécies arbóreas de grande porte, criando “ilhas” de campos rupestres e savanas em meio à floresta tropical, com espécies de gramíneas e arbustos altamente adaptados a essas condições.

O parque também abriga fontes importantes para a proteção das águas da região, como cachoeiras e várias nascentes. A canga forma uma cobertura laterítica (com concentração de ferro), com fissuras e vegetação raleada. Quando essas áreas acumulam água, tornam-se pequenos lagos temporários. A couraça de canga tem um relevo levemente côncavo e, ao aparecer áreas de acúmulo de água de chuva, formam-se lagoas de grande beleza cênica.

Nesses ambientes, as variações fisionômicas e florísticas são amplas, desde áreas de vegetação herbácea-arbustiva até campos graminosos e vegetação flutuante. Em áreas com acúmulo de sedimentos orgânicos e manutenção de inundação permanente, destacam-se os buritizais, palmeiras típicas da região.

O parque também terá grande área de floresta nativa, principalmente ao redor da Serra do Tarzan, que se encontra dentro dos domínios da Flona. Essas áreas passam a ter categoria de proteção integral, tendo a sua preservação assegurada.

 

Proteção Integral

De acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), as unidades podem ser de uso sustentável ou de proteção integral. O Parque Nacional Campos Ferruginosos de Carajás será uma unidade de proteção integral. A área será voltada para a preservação dos seus ecossistemas naturais de grande relevância ecológica, espécies de fauna e de flora raras e típicas da região e ecossistemas aquáticos. A Reserva Biológica Tapirapé, que integra o conjunto de Carajás, também é uma unidade de proteção integral.

A outra categoria é a unidade de uso sustentável, ou seja, em que há possibilidade de usos e exploração dos recursos naturais, mas de forma a proteger a flora, fauna, nascentes, rios e cavernas. São assim, por exemplo, as unidades do conjunto de Carajás, como a Floresta Nacional de Carajás, que também contam com o apoio da Vale para proteção. Esse conjunto de unidades de conservação é composto pela Floresta Nacional de Carajás (Flona Carajás), Itacaiúnas e do Tapirapé-Aquiri. 

 

Fique por dentro:

O parque está localizado nos municípios de Parauapebas e Canaã dos Carajás. Serão cerca de 80 mil hectares formados por dois platôs ferruginosos: a Serra da Bocaina, também conhecida como Serra do Rabo, entre a Rodovia PA-160 e o Rio Parauapebas, e a Serra do Tarzan, próximo ao Projeto Sossego e a Rodovia 118.

 

Saiba mais:

www.vale.com

www.icmbio.gov.br 

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