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Segunda, 07 de agosto de 2017

Plantar para não secar

Escassez de água em um dos principais reservatórios da Região Metropolitana de BH demanda ações de recuperação ambiental para manter capacidade de abastecimento e serviços básicos à população

redacao@revistaecologico.com.br



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Hoje com 32% de seu volume total, Reservatório Serra Azul chegou a ter apenas 5,7% de sua capacidade durante a crise hídrica de 2015. Foto: Arquivo Copasa

Hoje com 32% de seu volume total, Reservatório Serra Azul chegou a ter apenas 5,7% de sua capacidade durante a crise hídrica de 2015. Foto: Arquivo Copasa

O Projeto Plantando o Futuro, com apoio da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte, vai plantar 250 mil mudas de árvores nativas e recuperar 48 nascentes de afluentes do Ribeirão Serra Azul, localizado na Grande BH. Serão investidos cerca de R$ 2,1 milhões na intervenção ambiental.

A iniciativa é fruto de um projeto piloto proposto em 2015 pela Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana, visando recuperar e proteger mananciais da sub-bacia do Serra Azul, situada nos municípios de Mateus Leme, Igarapé e Itaúna. O Serra Azul foi escolhido devido à forte queda de oferta de água pelo ribeirão, que deixou o reservatório com apenas 5,7% de sua capacidade durante o ápice da crise hídrica, há dois anos.

Para executar o projeto, a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), coordenadora do Projeto Plantando o Futuro, lançou, em maio deste ano, um edital de concorrência pública, que teve como vencedora a empresa Siriema Produtos Ambientais Ltda.

De acordo com o contrato firmado, a Siriema será a responsável pela realização dos plantios e replantios, quando necessários, bem como manutenção e cercamento de nascentes. Já a Codemig responderá pela avaliação e fiscalização do contrato. 

Ao longo de 2016, a Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana e o Plantando o Futuro promoveram reuniões com a participação de representantes das prefeituras e da população de Mateus Leme, Igarapé e Itaúna. Durante todo o ano, foram firmados mais de 100 termos de adesão de proprietários rurais interessados em receber os plantios de mudas e a proteção de olhos d’água em suas terras.

Atualmente, o processo de diálogo com as comunidades e o poder público municipal continua em curso e as áreas registradas alcançam, aproximadamente, 150 hectares. Segundo o plano de trabalho da Siriema, que já está produzindo as mudas, os plantios devem começar a ser feitos no próximo período chuvoso.

 

Proteção e qualidade

O Ribeirão Serra Azul, junto com o Rio Manso e a Represa Vargem das Flores, compõe o Sistema Paraopeba, responsável pelo abastecimento hídrico de 50% da Região Metropolitana de BH. Embora a temporada de chuvas de 2016 tenha aliviado a situação de escassez hídrica, o Serra Azul ainda é o reservatório que apresenta a menor capacidade do Sistema Paraopeba, com apenas 32,3% de seu volume total, registrados em julho deste ano.

Para proteger o manancial e melhorar a qualidade da água do Serra Azul, o Governo de Minas criou, por meio do decreto 20.792 de julho de 1980, a Área de Proteção Especial (APE) Manancial Serra Azul. Ela é classificada como Unidade de Conservação de Uso Sustentável e protege uma área de 27 mil hectares. Desse total, 3.200 hectares são de responsabilidade da Copasa. Além de ser um dos principais formadores do reservatório Serra Azul e afluente do Rio Paraopeba, o Ribeirão Serra Azul também é subafluente do Rio São Francisco. 

 

Fique por dentro:

Atualmente, conforme informações da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad), há restrições de uso e captação no Ribeirão Serra Azul (Estação Jardim) e nos rios Pará (Estação Carmo do Cajuru) e Brumado (Estação Entre Rios de Minas). Como consequência da declaração de escassez hídrica, foi determinada a redução de:

- 20% do volume diário outorgado para as captações destinadas ao consumo humano, dessedentação animal e abastecimento público;

- 25% do volume diário outorgado para irrigação;

 - 30% do volume diário outorgado para consumo industrial e agroindustrial e 50% para as demais finalidades e usos.  

 

Saiba mais:

www.codemig.com.br

www.plantandoofuturo.mg.gov.br

 

 


Leia mais:

O valor que a natureza tem

 

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