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Segunda, 06 de novembro de 2017

Todas as manhãs do mundo

Documentarista brasileiro revela o amanhecer nos santuários naturais que ainda resistem no planeta, apesar dos desmandos do bicho homem

Fernanda Mann - redacao@revistaecologico.com.br



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Amanhecer nono Ártico. Foto: Marcelo Skaf

Amanhecer nono Ártico. Foto: Marcelo Skaf

Documentarista brasileiro revela o amanhecer nos santuários naturais que ainda resistem no planeta, apesar dos desmandos do bicho homem


Ser transportado para os mais belos lugares da Terra, desvendar as fantásticas inter-relações entre os seres vivos e, ainda, contemplar cada amanhecer como se fosse o único.

É o que você, caro leitor, cara leitora, poderá encontrar no documentário “Todas as Manhãs do Mundo”, do diretor e cinegrafista Lawrence Wahba, que realizou uma expedição por santuários naturais de sete países, incluindo o Brasil.

Foram mais de 400 horas de imagens captadas na natureza selvagem, cuidadosamente selecionadas para compor o documentário de 90 minutos.

O filme é narrado pelos atores Aílton Graça e Letícia Sabatella, que representam, respectivamente, dois narradores fictícios - o sol e a água. Impactados pelas imagens feitas por Wahba, os artistas descrevem, com sensibilidade, como a natureza se comporta quando recebe os primeiros raios solares.

Espetáculo da vida

Seja nas tantas variações de brancura do gelo do Ártico seja nas florestas submarinas de Kelp, no Equador, ou na savana africana, sol, água e animais vivem em constante harmonia. E revelam o espetáculo da vida (então escondido dos olhos humanos) que acontece diariamente sem esperar por espectadores.

É que Wahba, que também já fez mais de três mil mergulhos em 33 países, e sua equipe conseguiram capturar com maestria durante as 44 semanas de filmagem. No documentário, a natureza nos proporciona outros deleites: é possível acompanhar a incrível jornada dos salmões ou uma baleia-cinzenta estimulando seus filhotes a se prepararem para uma das maiores migrações do planeta.

Para registrar imagens assim também foi preciso muita paciência e respeito ao tempo da natureza. No caso do macaco bugio-de-mãos-vermelhas, espécie ameaçada de extinção no Amazonas, por exemplo, o documentarista passou 10 dias em uma plataforma, no alto das copas das árvores, em absoluto silêncio. O esforço foi recompensado com imagens de tirar o fôlego!

“Nas águas doces do Pantanal, bichos temidos por todos, como jacarés, sucuris e piranhas, foram super dóceis com a equipe durante as filmagens”, revela Wahba. É como se eles entendessem a importância daquele trabalho para garantir sua preservação.

O documentário também revela animais raros da natureza, como o lagarto-de-chifres, que se alimenta de formigas - elas, acredite, são sua fonte de água - e outras maravilhas como as paisagens da Indonésia, maior arquipélago do mundo. Ele é formado por mais de 17.500 ilhas que abrigam a maior variedade de espécies da vida marinha do planeta.

 

Conhecer para cuidar

Para Wahba, o sentimento que fica, após tantas andanças e experiências, é que apesar da destruição causada pelo homem, felizmente ainda há muita natureza selvagem em nossa casa comum.

Documentarista brasileiro revela o amanhecer nos santuários naturais que ainda resistem no planeta, apesar dos desmandos do bicho homem

Cada pedaço desses oásis de biodiversidade visitados pela equipe do documentarista reforçam ainda mais a importância de sensibilizar as pessoas, em especial as crianças, para o cuidado com a natureza.

“O documentário é uma grande oportunidade para estimular essa conscientização. É um convite ao encantamento e também reflexão. Na natureza, tudo se dá em um ciclo equilibrado, no qual vida e morte se completam. Um animal só mata o outro para sobreviver. Será que o homem vai aprender isso algum dia?”, questiona o diretor.

O filme já foi exibido em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, São Luís e Fortaleza. Atualmente, está disponível na plataforma de TV paga Net, por meio do menu NOW, seção “Documentários/Lançamentos”. Vale a pena conferir!

Saiba mais

Quem é ele?

Lawrence Wahba pratica mergulho desde a infância e cursou faculdade de Cinema. Com 15 anos de carreira, participou de mais de 300 matérias de televisão e dirigiu 39 documentários, rodados em todos os continentes e exibidos em cerca de 100 países. Em 2013, foi um dos ganhadores do Emmy Awards pelo programa "América Selvagem", da NatGeo TV. Já esteve com mais de 40 espécies diferentes de tubarões, entre elas, as quatro consideradas mais perigosas: o grande tubarão-branco, o tigre, o cabeça-chata e o galha-branca-oceânico.

Para saber mais, acesse www.lawrencewahba.com.br

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