Segunda, 06 de novembro de 2017

Garimpar ou minerar?

Clóvis Torres (*)



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"É muito melhor minerar na Renca de forma responsável e sustentável do que não minerar e deixar acontecer o que de degradação continua ocorrendo ali"

“O que houve com a Renca foi um desconhecimento generalizado. Ela é nada mais que uma norma expedida em 1985 para se preservar o recurso natural ali existente para exploração futura. Não tem nada a ver com a questão ambiental ou indígena. Como em qualquer outro local, a mineração precisa cumprir a legislação, fazer tudo normal. E se já é parque florestal ou terra indígena, não pode fazer mineração, ponto.

Tudo, enfim, passa pelo processo de licenciamento ambiental. Os governos federal, estadual e municipal, todos nós sabemos, não têm recursos para policiar, dar segurança pública aos seus próprios cidadãos.Imagine, então, fiscalizarem a atividade ilegal de garimpeiros naquela região?

A intenção primeira, e oficial, era abrir a Renca para que o cobre pudesse ser explorado. Claro, respeitando todos os limites ambientais que a lei impõe. E, através disso, com empresas mais organizadas, trazendo inclusive investidores estrangeiros, poder dar maior segurança ambiental e sustentabilidade para as Unidades de Conservação (UCs). E, desta forma, preservar o meio ambiente para a posteridade.

A sustentabilidade é, hoje, uma questão global. A preservação ambiental e a situação das populações tradicionais são foco e fazem parte dessa preocupação maior. Mas, infelizmente, há muita coisa errada que se propaga com muita facilidade, em especial na internet.

Houve uma forte reação pública, sim. E isso é importante. O governo se propôs, então, a parar e explicar, para depois voltar ao tema com mais objetividade, quando houver um conhecimento mais fluido talvez, do que significa a Renca e como se está planejando a exploração mineral naquele território. Não tenho a menor dúvida. É muito melhor minerar na Renca de forma responsável e sustentável do que não minerar e deixar acontecer o que de degradação continua ocorrendo ali. Hoje, quando você visita a Floresta Nacional de Carajás, pode até olhar via satélite, é a única área verde preservada no sul do Pará, pela Vale.

É uma contrapartida graças e pela mineração. O resto foi devastado e queimado para dar lugar às atividades do setor agropecuário. Ou virou alvo de madeireiros ilegais. A mineração sustentável e bem fiscalizada, investida e aplicada, enfim, é muito melhor do que deixar uma área como a Renca à sua própria sorte.”

(*) Diretor-executivo da Vale

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