Terça, 02 de janeiro de 2018
A nova era do agronegócio
Faemg lança Projeto Novo Agro 4.0 para levar mais tecnologia e inovação sustentáveis ao homem do campo
Faemg lança Projeto Novo Agro 4.0 para levar mais tecnologia e inovação sustentáveis ao homem do campo
Desde antes da aprovação da reforma trabalhista pelo Senado, que resultou na extinção da contribuição sindical compulsória, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) vem repensando suas estratégias para promover ainda mais o desenvolvimento do agronegócio sustentável por meio da inovação.
“Daqui para frente, temos de nos reinventar. Porque vamos ter dificuldades para criar novas formas de arrecadação. E é exatamente por motivos dessa natureza que precisamos pensar juntos sobre o futuro do Sindicato e de nossas ações. Chegou o momento de lançarmos um novo projeto que será a entrada definitiva do agronegócio no ecossistema da inovação”, destacou o presidente da Faemg, Roberto Simões.
Trata-se do Projeto Novo Agro 4.0, uma iniciativa inovadora que visa conectar os produtores rurais com startups e instituições de ensino superior. Lançado pela Faemg no apagar das luzes de 2017 e desenvolvido pelo Instituto Antonio Ernesto de Salvo (INAES), seu objetivo é identificar e promover iniciativas ligadas à tecnologia para o desenvolvimento sustentável do setor.
O resultado disso, na opinião de seu dirigente, será uma Faemg mais dinâmica, proativa, trabalhadora, prestadora de serviços que atraiam as pessoas e possam solucionar as suas principais necessidades, diminuir o desperdício no mundo agrícola e preservar o meio ambiente.
O Agro 4.0 é robusto do ponto de vista ecológico: a intenção é abordar a questão da sustentabilidade com todas as famílias rurais. O programa também irá discutir a agricultura no âmbito das cidades e incentivar a participação de jovens engajados em aprender constantemente e contribuir nas soluções, gerando mais produtividade e práticas sustentáveis no campo.
Exemplos inovadores
Plantar ideias. Cultivar projetos. Colher inovação. São essas as bases da nova revolução que se desenha para o agronegócio por meio do Agro 4.0, que tornará a Faemg o principal agente incentivador da busca de soluções tecnológicas para o homem do campo.
O projeto tem três eixos principais. O primeiro deles é fomentar junto às comunidades de startups e universidades o atendimento às demandas captadas e organizadas junto a produtores e demais agentes de cadeias produtivas estratégicas. O segundo, apoiar o desenvolvimento de projetos em fase de MVP (Produto Viável Mínimo, na tradução para o português, que é a versão de um produto com mínimas características necessárias para que seja inserido no mercado), através de uma rede de produtores e propriedades rurais que auxiliem o aperfeiçoamento de protótipos e testes.
E o terceiro, colher e disseminar inovações técnicas e economicamente viáveis junto a produtores, sindicatos rurais e demais agentes das cadeias produtivas estratégicas do estado.
Para Pedro Vidigal, diretor da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep) e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), essa nova revolução do agronegócio transformará não só a cadeia produtiva do país, como também as empresas e os investimentos no campo. “O Agro 4.0 tem o poder de falar diretamente com o produtor, identificar suas necessidades e buscar soluções para melhorar a produtividade e a competitividade com a ajuda da tecnologia. Ele permitirá, por exemplo, transformar os sistemas de transporte e logística de alimentos para se reduzir o risco de desperdício.”
Agritechs
Qual será o diferencial das startups no contexto do Novo Agro 4.0? A capacidade de armazenamento e transmissão de dados do campo, que poderão ser analisados mais precisamente. Esse novo modelo de empresa possui uma característica imprescindível para a inovação: a agilidade. Não apenas em entender e atender às necessidades do cliente (no caso, o produtor rural), mas também propor soluções eficientes que aperfeiçoem e potencializem sua produção.
“Mostrar o seu valor de negócio, a enorme capacidade demudar e depois crescer. Essa é uma característica que as grandes empresas não conseguem ter. Os processos das startups são mais rápidos, menos burocráticos”, ressalta Vidigal.
Batizadas de agritechs, essas startups estão transformando a vida do trabalhador do campo. Trazem soluções que abrangem desde a escolha da melhor forma de se plantar, de criar gado, sistematização de logística e atividades em uma propriedade rural. Israel, que sempre sofreu com a crise hídrica, é o país com maior concentração de agritechs: são mais de 400. No Brasil, são cerca de 200.
“As fazendas são um laboratório fértil de demandas para que as startups possam fornecer soluções acessíveis e eficientes, principalmente para os pequenos e médios produtores rurais”, destaca Breno Mesquita, diretor da Faemg.
No caso do meio rural, há alguns desafios, como a baixa aceitação das tecnologias por parte dos produtores. São pessoas mais velhas – estima-se que 60% dos produtores tenham mais de 50 anos –, com pouca afinidade com o mundo digital e certa preocupação em investir em algo que não dominam. Mas este cenário tende a mudar com o Novo Agro 4.0.
“Estamos vivendo uma nova era do agronegócio. Precisamos contar com a tecnologia e com os jovens para criar um sistema novo, real, sustentável e igualitário. Estou convicto de que isso irá adiante e dará certo”, completa Roberto Simões, presidente da Faemg.
Saiba mais
Os produtores rurais, empreendedores e startups que têm interesse em participar do Novo Agro 4.0 e promover o desenvolvimento do agronegócio podem se cadastrar pelo site do projeto.
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