Quinta, 22 de março de 2018

Minas Gerais potência hídrica brasileira

Geodiversidade única e elevada capacidade de produzir água fazem do Estado o maior centro distribuidor desse recurso natural no país e, também, palco de oportunidades e investimentos sustentáveis



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Considerada a “caixa d’água do Brasil”, Minas concentra as nascentes dos principais rios das grandes bacias hidrográficas da Região Sudeste, compartilhando também seus recursos hídricos com estados de outras regiões.

Considerada a “caixa d’água do Brasil”, Minas concentra as nascentes dos principais rios das grandes bacias hidrográficas da Região Sudeste, compartilhando também seus recursos hídricos com estados de outras regiões.

As formas espetaculares e os relevos notáveis tornam Minas Gerais um território diferenciado no Brasil. Sua enorme capacidade de produzir água e sua contribuição para manter o volume e o fluxo dos rios durante cada estação fazem do Estado um centro distribuidor do mais importante recurso natural do planeta. Não por acaso, em termos de potencial hídrico, Minas está entre os dez estados com maior disponibilidade de água doce do país.

Considerada a “caixa d’água do Brasil”, Minas concentra as nascentes dos principais rios das grandes bacias hidrográficas da Região Sudeste, compartilhando também seus recursos hídricos com estados de outras regiões.

Ao se comparar, por exemplo, a porcentagem que o Estado ocupa nessas bacias hidrográficas, em área (44%) à contribuição das ofertas hídricas superficiais geradas em Minas (56% das vazões médias de longo termo), comprova-se que o território mineiro leva aos rios uma quantidade de água maior do que sua proporcionalidade territorial.

É o caso do Rio São Francisco, que nasce na Serra da Canastra e corta outros quatro estados (Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas) até desembocar no Oceano Atlântico.

Devido aos desníveis altimétricos por onde passa, o Velho Chico tem grande potencial hidrelétrico, o que explica a presença de importantes usinas ao longo de seu curso, como a de Três Marias (com potência instalada de 396 MW).

Minas Gerais atua ainda como um importante centro distribuidor de água, compartilhando recursos hídricos com os estados vizinhos. Toda essa capacidade é distribuída por um território cuja dimensão ultrapassa o dobro de sua própria área.

Tamanha vocação hídrica representa não só oportunidades como também uma série de desafios para Minas.

A água é essencial para as atividades produtivas. E, por isso, é fundamental que a sociedade e as empresas desenvolvam e implementem ações que promovam o uso cada vez mais racional da água, assegurando a sua conservação.

 

Diferenciais hídricos

Topografia

Minas se situa em relevos com topografia mais elevada, variando entre 900 e 1.500 metros acima do nível do mar, com predominância de planaltos, escarpas e depressões, as quais são mais notáveis em sua região Central. São quatro as cadeias de montanhas no Estado: Serra do Espinhaço, Serra da Canastra, Serra da Mantiqueira e Serra dos Aimorés. Mais de 90% do território mineiro está a uma altitude superior a 300 m, e cerca de 25% entre 600 m e 1.500 m, o que faz de Minas Gerais o estado com as maiores elevações médias no Brasil.

                                                                                                                                                    Clima

Em relação ao clima, Minas se divide em três regiões diferentes. Nas áreas de mais baixas altitudes (próximo à costa e no vale do São Francisco) ocorrem verões úmidos e invernos secos, com temperaturas médias de 23 graus Celsius, e pluviosidade de cerca de 1.300 mm/ano. Nas áreas de altitudes mais elevadas (sobre e em torno das montanhas), as temperaturas médias variam de 17 a 20 graus. As demais áreas apresentam clima de transição.


Rede drenagem fluvial

Nove grandes e importantes bacias nacionais cobrem o Estado. Com destaque para a do Rio São Francisco, o Rio da Integração Nacional, que escoa seu fluxo para o Norte, nas terras secas do Nordeste; e a do Rio Paraná, ao Sul, que tendo como afluentes os rios Paranaíba e Grande, responde por importantes reservatórios para fornecimento de energia elétrica no país, além das águas para a hidrovia Tietê-Paraná. Destaque também para a bacia dos rios Piracicaba-Jaguari, contribuidoras do abastecimento de milhões de cidadãos da cidade de São Paulo e, da mesma forma, para a bacia do Paraíba do Sul, responsável pelo abastecimento do Rio de Janeiro, e que recebe aporte de vazão de importantes afluentes mineiros, como o Rio Paraibuna.

 

Águas “internacionais”

Os rios mineiros literalmente atravessam fronteiras: o Paraná, por exemplo, nasce entre São Paulo, Minas e Mato Grosso do Sul, fluindo para o sul do Brasil, chegando finalmente ao Paraguai e à Argentina, no Estuário do Prata. Impossível deixar de mencionar as partes orientais de Minas, que têm rios que fluem para o Oceano Atlântico, como o Doce, o Jequitinhonha, o Pardo e os Rios do Leste.

 

Potencial hidroenergético

Segundo o Sistema de Informações do Potencial Hidrelétrico Brasileiro (SIPOT-Eletrobrás), Minas Gerais é o terceiro estado brasileiro com maior potencial hidrelétrico (ficando atrás apenas de Pará e Paraná), com possibilidade de potência instalada total de quase 24 GW. Do potencial total, 52,7% (12,6 GW) já estão em operação comercial. Do potencial remanescente, mais de 8,8 GW (36,7% do total) já foram inventariados.
 

Reservatórios

O Estado tem importantes reservatórios de regularização de vazão hídrica, como a Bacia do Paranaíba, responsável pelo armazenamento de 38,43% do subsistema Sudeste/Centro-Oeste); e a do Rio Grande, que chega a 25,32% do subsistema Nordeste. Elas representam quase 45% do armazenamento hídrico do Sistema Interligado Nacional (SIN). Apenas as usinas hidrelétricas de Furnas, Nova Ponte, Emborcação e Itumbiara respondem por mais de 46% da capacidade máxima de armazenamento do subsistema Sudeste.

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